quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Casa envelhecida.

Ontem tive um sonho, um sonho envelhecido.

Sonhei que finalmente conseguia voltar para a casa onde fui criado e lá estavam sentadas em suas cadeiras de balanço as que me criaram, todas juntas.

Sonhei que entrava e via que a casa estava aparentemente como ficara lá no meu passado e de repente prestei atenção nas diferenças que ia percebendo e notei que ela estava envelhecida, bastante destruída pelo tempo.

O piso estava desbotado e desgastado, as paredes antes sempre pintadas estavam sujas, os móveis antes brilhando agora estavam empoeirados e arranhados. Via-se claramente que a casa tinha envelhecido.

As que me criaram estavam sentadas me olhando em silêncio e também estavam envelhecidas com seus cabelos embranquecidos. Corri ao banheiro e me coloquei à frente do espelho onde vi que também tinha envelhecido. É o tempo tinha passado por todos nós juntos, a casa e nós havíamos envelhecidos.

Voltei para o terraço para conversar com as que me criaram e as cadeiras agora estavam vazias, ainda balançavam sozinhas como se elas tivessem acabado de se levantar. Nesse momento chamei por elas e o silêncio se fez de tal forma que conseguia ouvir meus pensamentos.

Então sentei numa das cadeiras e senti que a vida tinha passado por mim, pela minha casa e por todos os que nela moraram e viveram.

Agora só me restava abrir o portão da casa, sair, fechá-lo e seguir o meu caminho com a certeza de que lá deixei muito de minha vida.

Francisco Diniz.

7 comentários:

Sil Villas-Boas disse...

Francisco.
Seja bem vindo a este Jardim de poemas e histórias encantadoras assim como a sua. O tempo que nos faz envelhecer, também permite a memória de doces momentos que vivemos na vida. E isto alivia a saudade destes instantes do passado. Lindo texto. Parabéns pela sua estréia aqui
Bjusss
Sil

Universo paralelo disse...

profundo e emocionante o seu texto, me fez viajar em cada palavra, são momentos que marcaram e deixaram saudades, isso é importante, amei beijos e bom dia!

Anônimo disse...

A gente deixa sempre um pedaço de vida nos lugares que passamos

Abraços.

Olho no olho. disse...

Obrigado pelos comentários e espero está à altura de todos os que postam e lêem esse blog onde imperam a beleza e delicadeza de um verdadeiro jardim.
Eu escrevo por intuição e sem técnica. Apenas deixo as palavras brotarem como as flores do campo que nascem do nada e tem seu encanto.
Um abraço a todos.
Francisco Diniz.

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida

Estou comemorando 2 anos de blogue, não poderia deixar de passar aqui para te agradecer o carinho que me deixas sempre em cada comentário, é essa amizade que me fez chegar aqui, por isso quero deixar um beijinho com carinho e dizer obrigada...e tenho um selinho que fiz para todos.

Rosa

Tatiana Kielberman disse...

Olá, Francisco!

Prazer em vê- lo por aqui e conhecer suas belas letras... Deu até vontade de visitar essa casa!

Memórias, sonhos e nostalgias...

Obrigada pela oportunidade!

Beijos!

Olho no olho. disse...

Oi Tatiana.
Que bom que gostou. A Sil me convidou a postar em seu blog e embora não tenha dotes para a poesia, irei postar alguns textos que escrevo em meu blog.
Um abraço.
Francisco Diniz.

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