domingo, 25 de setembro de 2011

Fuga - Por Fancisco Diniz

Um dia eu tive um sonho muito diferente, sonhei que acordava no meio da noite e me levantava absolutamente leve e descansado. Sentia-me forte, sem dores, disposto e incrivelmente feliz.

Era uma liberdade que nunca tinha sentido antes e finalmente estava livre das limitações impostas pelo meu corpo. Ah, o meu corpo: esse continuava deitado na cama, inerte, sem movimentos e com uma expressão de felicidade estampada em seu rosto cansado.

Era incrível, ambos estávamos finalmente livres um do outro e continuávamos sendo o mesmo cara. Eu livre e solto para partir para onde quisesse e podendo até voar. . .Creio!

Ele, o outro cara, estava ali deitado na cama. Finalmente descansando das suas dores, livre da obrigação de acordar, levantar e continuar sua jornada.

O estranho é que por mais que eu pudesse e quisesse ir embora abandonando aquele cara deitado na cama, aquele que me prendera por tantos anos dentro dele, mesmo assim não conseguia.

Sabia que podia ir e que qualquer lugar que fosse seria melhor que ficar preso dentro dele e mesmo assim a dúvida continuava.

Porque eu não ia embora de vez e deixava aquele cara para sempre, por quê?

Porque eu sabia que ele ainda tinha muito a fazer nessa vida e sem minha ajuda ele não conseguiria levantar daquela cama com aquele corpo cansado e não teria forças para ir em frente.

Pois é, infelizmente eu estava acorrentado ao destino daquele cara e tinha que viver junto com ele nosso destino até o final.

E quando seria esse final, a isso só Deus sabe!

Só me restou então deitar sobre seu corpo e sentir novamente o peso de sua carne, suas dores e seu cansaço.

É cara. . . Não tem jeito! Nós nascemos juntos e juntos ficaremos até nosso final.

5 comentários:

Luna Sanchez disse...

Deu um medinho mas achei libertador.

Beijo.

Sil Villas-Boas disse...

Uma bela metáfora para definir a união do corpo e da alma.
Parabéns.
Sil

Anônimo disse...

Está comprovado, a alma voa, o problema é que o corpo precisa dela e este não voa.

Belo texto Francisco!

Sil
te levo sim, vamos comigo pro meu cantinho na roça.
Beijos amiga linda!

Milla Pereira disse...

Belissimo texto que encanta e prende nossa atenção do começo ao fim. Vim conhecer seu jardim de girassóis e plantar minha mudinha por aqui. Já me instalei, beijos

Olho no olho. disse...

Obrigado a todos pelos seus comentários.
Francisco Diniz.
http://viajantenaspalavras.blogspot.com/

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