domingo, 29 de dezembro de 2013

NARCISO, A OLHO NU, por João Maria Ludugero

NARCISO, A OLHO NU,
por João Maria Ludugero.

Narciso seca os olhos
De tanto observar o espelho 
E o que vê não mais o completa.
Apenas se entristece, desajeita-se, 
Em face da miragem imposta
Que contempla a olho nu
A verdade dia após
Dia não é 
Aquela que se mostra,
A que ora se se apresenta, a feita 
Dentro da moldura, está por fora 
A que custa ser aceita, 
Mas não é a que o agrada. 
Posto que se acha quase sempre a fingir,
Quando se espia, reclama, rejeita-se, 
Entediado que só vendo.
Não quebra o espelho, a contento, 
Mas sai furioso em busca de outro ser, 
Além do desnortear da rosa dos ventos,
Ele só mergulha fundo na mentira
Como alimento pr'o seu passatempo.

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