MERDA EM APLAUSOS PELA VIA DO PENICO,
por João Maria Ludugero
Não me atires a essência
Por quem me tomais eufórico,
Ao cheirares a lavra dos estercos.
Ah, cenário maldito da estranha lida
Que vos arde na goela ao verde-musgo,
Eira do estrume, a quem vos pode vender.
Sabias, que prefiro ser ente desejado,
Daqueles, que se acodem ao acórdão,
Sem aspirar o troco de cabotinos aplausos.
Essa essência por quem me tomais
Sabe-me a censura do palco aberto.
Ah, chulos de merda descabida,
Que vos assolam os faceiros quadris,
À seiva, de quem mal vos acolhe.
Prefiro ser a cria que apedrejais
Do que o michê da hora vaga,
Aquele, que se esvara aos cães,
A troco de lambedura ao desvão.
Decapitem-me!
Apedrejem-me!
Ainda assim aos gritos
Sentenciarei de pronto: Merda!
Êxito e sucesso na cena
da vida em carne viva.
Liberdade!
Liberdade em muitos açoites,
Porque sou adepto aos afoitos quilates
E não tenho receio de montar
na tal burrinha
Da felicidade!
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