segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

NUDEZ POÉTICA, por João Maria Ludugero

NUDEZ POÉTICA, por João Maria Ludugero

Aprendi a desnudar as palavras
ou revesti-las de nudez poética.
E assim me expresso 
a tirar a roupa 
bem apanhado,
sem aquela vergonha
de expor minha língua 
a múltiplos orgasmos.
Posso fecundo tocar 
com firmeza e bem estar
na beleza que posso criar,
ao consentir me despir, sem pressa
mostrar meus atributos na lida,
de todos os lados
de frente e verso, 
sem ultraje, uma vez que 
a linguagem bem me dota, 
pega-me em cheio, reveste, 
veste, deveste, apronta, 
desnuda e me esfrega
a partir do eu escondido 
em face do que reflete o espelho.
De tal sorte, sinto na pele 
toda nudez nua e crua,
dentro das formas da carne
que a poesia insinua.
Sem preconceito,
penetro no cerne 
das palavras lidas,
Capto a olho nu, a rigor 
e com a mente aberta,
o que a vida vem me dizer,
o que dela se aflora naturalmente,
que até me esqueço de ver 
que o mundo lá fora fica desprevenido,
quando tenho muito ainda a dizer 
não com palavras desprovidas de sentimento, 
não com palavras desnudas de emoção,
mas bem ditas com o tesão buscado
bem lá no fundo da poesia 
que ora me agasalha 
sem roupa, com palavras.

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