sexta-feira, 17 de junho de 2011

PUXANDO A CIRANDA INTERIOR - CONCEDE-ME ESTA DANÇA?

Autor: João Ludugero
 ‍
Desde que eu era era menino
Eu já sonhava grande
Com essas radiantes estripulias.
Eu já avisava lá em casa:
Ó, minha mãe, quando eu crescer
Quero ser mestre de ciranda!
Sonhava em comandar toda aquela animação,
De tirar os cantos, de tocar o ganzá
De botar ordem no folguedo
Ou apitar minha própria 'arruaça'.
Queria poder enfeitar o salão e o terreiro
Como se fosse festa de São João,
Eu a pedir a mão da faceira Lia, 
Diante de uma imensa fogueira na rua.
Mesmo que fosse só de brincadeira,
Mesmo que fosse de vidro o anel-cor-de-fogo 
Que um dia eu sonhara pra ela.
Eu queria uma grande festança, 
Sem data nem hora para acabar o furdunço.
E a todo vapor os instrumentos a tocar
- ganzá, bombo, caixa, cuíca, pandeiro
Sanfona, zabumba e tarol.
Queria improvisar cantigas
Ou mesmo canções em ritmo de ciranda.
Ah, como eu queria, e nunca deixei de bem-querer isso.
Hoje eu cresci. E ainda acordo sonhando:
‍Ainda quero dançar pra valer.
E‍, neste exato instante, fecho os olhos
E me atrevo a um passo de dança. 
Estou de mãos dadas com a moça Lia,
A cirandar como se nos acompanhassem as ondas do mar.
E nós a girar-girando a vida com singelos versos,
Ao unir versos vou puxando a roda do tempo,
Sacudindo esse mundo a girar, a girar.
Vou habilitando o corpo nesse ritmo vital,
Vou me permitir uma dança a mais,
Vou deixar a Poesia me levar, passo a passo,
Vou ganhar o mundo nos braços 
De quem souber embalançar   
Meu coração cirandeiro, 
Ou a quem mais couber o dom 
De conceder-se ao brilho dessa dança!
Quem se habilita a cortar a fita inaugural
Pra fazer triunfar essa festa interior,
Fazendo o mundo inteiro rodopiar
Desabando a tal felicidade 
Dentro das nossas cabeças?

Degusta-me

Por: Rosamaria Roma

Me vejo tocada com a doçura
Do sabor da seiva da tua boca

Ouço o arrepiar dos pelos
Ao sentir seu cheiro

Rendo-me ao desbravamento
Da tua pele
A qual vou sucumbir
A cada centímetro

Quero ouvir
Quero ver
E depois me perder no seu cheiro
Olhar nos teus olhos
Degustar tua boca

Ouvir o que tem a me dizer
E sentir...
Simplesmente e apenas
Sentir...
  

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Noturna














Por: Sil Villas-Boas 

Amanheço com o espírito penetrante
em universos alheios.
Entardeço com a alma enfraquecida,
pelas dores assimiladas das vestes da tristeza.
E na volta pra casa, anoiteço.
Desisto de combater os vazios.
Deixo a desordem irromper em instantes solitários.
A janela molhada....
Apenas um reflexo de uma face seca, sem lua
A boca está muda
E a pele, nua
Das verdades que antes cultuava
E ao final...
Adormeço dos meus sons habituais
Dos meus silêncios.
Das minhas cores que se apagam
Lentamente
Vagarosamente
Sem pressa....

Escorrem-se por entre a escuridão
De um mar noturno 

terça-feira, 14 de junho de 2011

Mundos Re_Unidos

Por: Cláudia Costa


Trago um universo povoado de fantasmas
Alguns demônios pessoais,
Muitos anjos caídos.

Sirvo de abrigo para fantasmas do futuro
Para o mundo, para o outro
Para  amigos

Em volta da fogueira pré-histórica,
Sorvo chás ou vinhos tintos
Em conversas diversas
Controversas, conexas.

Sê bem vindo ao nosso papo!!
Traga suas idéias
Nos invada
Com seu mundo.

Sirva-se.

Meus fantasmas não têm sede
Bebem, apenas pela companhia.

Caminhos

Por: Paulo Diesel

Os monstros
atacaram e
arrasaram
as vias transitadas pelos
sentimentos mais sublimes.
Os sentimentos enredaram-se
confundindo
os cérebros mais privilegiados.
A emoção dá lugar
a razão, que
imperará
por mais que
nos empenharmos
contrariamente.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A Essência dos Amigos


Por: Sidarta Reis

Eu  sempre costumo dizer  que os amigos são flores. 

Flores por que? Porque as flores além de sua graciosidade deixa perfume nas mãos de quem as colhem. 
Assim  são os amigos, cada um traz consigo uma essência característica de sua personalidade. 
Cada amigo que colhemos no  jardim da vida tem sua essência, alguns tem ela mais concentrada, outros mais equilibrada e outros ainda tão suave que só com a alma podemos sentí-la. 
As melhores essências são sempre encontradas em pequenos frascos, assim  são os amigos, as vezes pequenos frascos  talvez até mesmo sem um rótulo, mas cuja fragrância invade até a alma. 
O que faço aqui não me é dirigir a alguém especifico, mas a um sentimento de desejo de que a amizade ganhe espaço verdadeiro na sociedade de hoje tão indiferente... 
Permanece o sonho de que a amizade deixe de ser apenas relacionamentos impermeáveis e passe a ser sentida como a continuidade do amor do Cristo que disse: "Ame a teu próximo como a ti mesmo; Assim como vós amo"
 
TENHAM  UM LINDO DIA!
E UMA SEMANA REPLETA DE PAZ  E  ALEGRIAS

sábado, 11 de junho de 2011

Dia dos eNAMORADOS

Prisioneiro em LIBERDADE inCONDICIONAL
Dia "d" eNAMORADOS:
a liberdade que me olha no espelho
 é a mesma que me enamora todo santo dia-após-dia!
João Ludugero
  Pronto. Já decidi. Já me arranjei:
Eu vou passar o dia dos namorados
Eu comigo mesmo, desprendido.
Cara, estou de cara comigo no espelho!
Aprendi a falar com meus botões,
Calado aprendi a pensar alto!
Eu estou precisando ficar a sós,
Sem esse negócio de cobranças ou dotes,
Nem me sentir moeda de troca ou barganha,
Aceitar 'mea culpa' sem perder a cabeça.
Careço amar meu eu do jeitinho que ele é
Numa iluminada introspecção.
Mais turbando a mente
Que de costume, me pego a divagar,

Alivio  o peso dos ombros, relaxo.
Me faço em caras e bocas, gargarejo.
Eu me zombo. Há tempos que aprendi 
A fazer gozação de mim mesmo.
Não preciso de pré-datados
Para me presentear,
Mando-me flores.
Estou certo de que vou achar
Um meio sadio de cometer loucuras,
Sem precisar usar camisas
De força ou de vênus.
Porque eu já me enamoro.

Quando estou de
'saccus scrotalis repletissimus', 
Canto e danço comigo mesmo!
E consigo chegar ao clímax,
Folheando estrelas!
É o que tenho pra hoje,
De presente para mim.
  Fico à vontade, afrouxo a gravata,

Me presto socorro, aperto o cinto.
Desnudo-me em domicílio,
 À torta e à direita,
Ao vivo e em cores no ar
Num dia "d" enamorado
Que é todo santo dia:
Eu tenho amor próprio
Que não me deixa na mão,
Que não me ganha pelo estômago
Nem me aluga pela barriga,
Nem me põe coleira de estimação.
Esse Amor, num simples 'toque de me dás', 
Ganha-me inteiro, doa-me,
Eu já me entrego em potencial,
À primeira vista, num piscar de olhos.
Porque a liberdade que me olha no espelho
É a mesma que me enamora, de fato, 
Repito: todo santo dia-após-dia!

Minhas Flores desabrochadas

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